quarta-feira, 29 de abril de 2009

Escolas de Futsal: Formação de atletas ou de individuos para a vida?

Encontrei este artigo num dos muitos blogues sobre a formação do jovem atleta...

"Ao longo dos meus cerca de dez anos de experiência como Treinador de Futsal, quase sempre trabalhei com formação, imaginando formar bons atletas, quem sabe um dia atletas profissionais, mas logo deparei que nas minhas equipas de futsal quem participava eram essencialmente crianças e adolescentes, que estavam ali para ter o prazer de praticar um jogo, de brincar, sorrir e de fazer novas amizades....
Após muitas trocas de experiências com vários treinadores e outro dinamizadores da modalidade, e com alguma leitura avulsa, cheguei à conclusão que tinha que usar o futsal com ferramenta para ajudar na formação do cidadão e não só visando a competição. Das crianças e jovens que trabalharam comigo na iniciação, três ou quatro praticam o futsal em forma de competição até hoje. Os demais, são hoje estudantes superiores ou profissionais de outras áreas como: professores, médicos, advogados, contabilistas ou técnicos das diferentes áreas, enfim, várias profissões que usam ou usaram o futsal apenas como melhoria da sua qualidade de vida.O que quero dizer com isso, e que nós, técnicos de formação em futsal não devemos nos preocupar somente em formar atletas de qualidade e sim trabalhar o bem estar, o carácter, as qualidades necessárias para que o nosso atleta seja um cidadão alegre e cheio de vontade de praticar o futsal, seja ele como profissional ou como mero desporto preferido para praticar nas suas horas vagas.Quando um miúdo deixa de participar nos treinos de futsal, logo achamos que ele não gosta de jogar, mas isso é um erro nosso. Devemos fazer uma reflexão da maneira que trabalhamos com esse atleta e não transferir a responsabilidade para ele próprio por ter parado de praticar futsal. O meu maior resultado na formação, e aquele que mais me orgulho, não é um qualquer índice estatístico positivo ao nível dos resultantes, mas sim o índice baixíssimo de atletas que deixam de praticar o desporto que tanto gostam.
Os factores psicológicos de motivação, são essenciais no trabalho com jovens. Talvez os miúdos cheguem com muita vontade de jogar futsal, divertindo-se, e não de iniciar um treino visando somente os resultados ao fim-de-semana. As crianças e os adolescentes não têm estrutura física e psicológica para aceitar regras muito rigorosas, devemos fazer dos nossos treinos de futsal, uma recreação, com treinos diversificados, com normas e regras prazerosas, que façam com que o atleta corra, chute, drible, ganhe, perca, mas que tenha sempre vontade de voltar no dia seguinte.....Acho que o maior beneficio é manter a criança em actividade e não nos resultados alcançados.Por isso o meu trabalho é, hoje, muito direccionado na formação de um cidadão. E que o futsal esteja sempre presente em sua vida, como profissão, desporto preferido ou como uma simples paixão."

Leandro Soares (Treinador Futsal)

Ainda bem que existem pessoas com este pensamento ao qual eu subscrevo...

1 comentário:

Anónimo disse...

Futebol de rua

Dizem-me que o ‘meu' Barreirense tem o futuro ameaçado. Que, no mínimo, o próximo ano poderá ditar o fim do futebol sénior. Isto após várias épocas sempre a descer até um patamar inaceitável de risco de queda nos regionais. O clube já alienou o histórico Campo D. Manuel de Mello para um projecto imobiliário. E nada nasceu em troca.
Sem estádio, nem dinheiro, o emblema que deu José Augusto, Bento, Chalana, Carlos Manuel, Frederico, Jorge Martins, Nunes, Neno, ao Benfica e à Seleção – nomes que destaco entre dezenas de futebolistas de topo –, está à beira do abismo. Aqui, às portas de Lisboa, no coração da projetada terceira travessia do Tejo. Longe vão os tempos em que os velhos olheiros de Barreirense e CUF se deslocavam pelos bairros operários em busca de talentos. Nos baldios onde dezenas de miúdos jogavam nasceram prédios, estradas, cimento. O futebol afastou-se do povo pela inacessibilidade. Dos pelados irregulares onde despontavam génios e guerreiros passou-se aos higiénicos relvados sintéticos.
Agora, as escolinhas de jogadores são para meninos com famílias pagantes. Ora o talento não se vende nas farmácias, nem se compra com o dinheiro dos papás. Esta realidade, que melhor conheço, deste Barreiro em acelerada decadência desportiva, é certamente transponível para outros subúrbios de Lisboa e Porto. Para as outras cidades do País.
Quando o futebol não se joga como se respira. Quando não traz com ele algo de transgressão infantil – asas de liberdade transpirada entre a família e a escola –, muito do talento desvanece-se sem sequer revelação. Perde-se campo de recrutamento. Compromete-se o futuro da arte do maior jogo do Mundo.
Sem saudáveis ruas desregradas, longe de árbitros, professores ou técnicos, não há Ronaldos ou Messis que despontem.

Autor: OCTÁVIO RIBEIRO
Data: Terça-Feira, 28 Abril de 2009 – 8:58



Amigo(a)s Futsalistas,


“Pensar Portugal”, tema de um debate televisivo.

Diariamente somos confrontados com situações, ou por serem já muito repetidas, noticiadas, ou por entendermos não ter haver connosco, na base “já tenho problemas que cheguem”.

Passarmos ao lado das mesmas, num sentimento muito português, de quem vier atrás que feche a porta.

A imagem que para mim, espelha e bem o referido é a tendência sempre vincada num problema colocado adoptarmos a postura de ficarmos sempre à porta da floresta, pois alguém!!! Se encarregará de lá entrar e achar uma resolução para o mesmo.

Mas não há regra sem excepção, dai a minha necessidade de intervenção nestas matérias ou noutras onde julgue que a minha contribuição poderá acrescentar uma mais valia a ideia transmitida.

Soluções precisam-se. Temos obrigação moral de atalhar caminho para as gerações vindouras.

Não podemos passar a esta geração, a ideia do facilitismo, conformismo e das vitórias morais.

Uma geração saudável implica uma sociedade saudável.

Há uma pergunta básica nestas idades, – Estás no Futebol por Gosto ou Obrigação?

Encontro-me em linha de opinião com o autor deste blogue o Sr. João Gonçalves e com o exemplo dado de forma a clarificar o objectivo a alcançar.

Completo este ano trinta anos de vida activa/profissional, iniciei a mesma com dezasseis anos.

Quero acreditar!!! Ter contribuído já para o fundo de reforma de alguém.

(deixo um apelo: - terminem com as “contabilidades criativas”)

A formação seja de uma forma empírica, ou académica habilita-nos com a experiência adquirida pela prática de analisarmos, programarmos e decidirmos com métricas justas e regras definidas o fim a atingir.

A responsabilidade do sucesso ou insucesso passa por todos, Pais, Treinadores etc.

Mas cada um no seu espaço, isso é respeitar a acção de quem tutela a formação.

Estas Instituições, são no fundo o prolongamento de um serviço de competência do Estado.

O discurso crítico é saudável, mas quando encerra alternativas.

Temos que acreditar no que dizemos.

E terminava por onde iniciei, um artigo de opinião retirado do jornal – Record “Futebol de Rua”.

Enquadra uma realidade actual de um “Estado da Nação”.

Deixo aqui o desafio;


- “Pensar Portugal”.


Já agora, os Ronaldos e Messis também são tanto ou mais desejáveis noutros Sectores da nossa Sociedade Civil,


Um abraço


Manel – Adepto de Futsal

http://adeptofutsalmc.blogspot.com/