domingo, 10 de maio de 2009

Infantis - São Julião Tojal / Leões de Porto Salvo

Era o nosso ultimo jogo do campeonato e aonde o que menos interessava era mesmo o resultado porque em nada alteraria a nossa brilhante classificação.
Por esse motivo optamos por utilizar todos os jogadores o maximo de tempo possivel.
O adversário estava também em jeito de final de época e o inicio de jogo foi um pouco inconstante de parte a parte. A história do jogo acaba por ser maior depois de conseguirmos chegar aos 0-6.
numa altura em que o jogo estava perfeitamente controlado pela nossa equipa!
O adversário consegue reduzir para 1-6 e a partir daqui aconteceram muitos erros e aonde o São Julião Tojal acabou por saber aproveitar e conseguir chegar aos 6-6 finais.
Continuo a achar que apesar de estar a vencer por 6-0 havia outros objectivos para cumprir e nomeadamente dar minutos de utilização aos jogadores que ao longo do campeonato jogaram menos tempo e que justamente o mereceram pelo muito que trabalharam durante toda a época.
E como são todos campeões é justo que todos se seintam mesmo CAMPEÕES.

Agradecer a toda estrutura do São Julião Tojal pela excelente forma como nos receberam.

Ficha Técnica

Local: Ringue Coberto São Julião Tojal

Cinco Inicial LPS: Guilherme Sampaio, Emanuel Carreira, Filipe Santos, Guilherme Fantinato e Bernardo Ferreira

Jogaram ainda: Ricardo Patrício, André Félix, Fábio Ferreira, Ezequiel Reis, Vítor Reis e Marcelo Correia.

Equipa Tecnica: João Gonçalves e Paulo Costa

Marcadaores golos LPS: Guilherme Fantinato (3), Filipe Santos e Bernardo Ferreira (2)

Resultado Final: São Julião Tojal / Leões Porto Salvo 6-6

PARABÉNS PELA FANTÁSTICA ÉPOCA QUE TODOS REALIZARAM...

25 comentários:

Anónimo disse...

“Vale mais um mau acordo que uma boa demanda”


Pela primeira vez, inicio um comentário sem o tradicional “Amigo(a)s Futsalistas”.

Vai ser mais abrangente, e diz respeito a todos, pois vou relatar situações casos recorrentes do nosso dia a dia,

Acidente de viação, não existe feridos. Participação aos seguros sigam os trâmites legais para estes casos e conforme obriga o INS.

Reviravolta no caso, descoberto no texto uma virgula, que altera completamente o contexto da participação. Dá razão ao infractor caso segue para tribunal, e na leitura do acórdão, o oficial de justiça e mandatário da seguradora entendem que o melhor para as partes é chegar a uma boa demanda.

Contribuinte pagador, paga e não reclama

Assembleias de condóminos, quem não tem situações de reclamação por parte de condóminos que não cumprem com as suas obrigações?

- Pessoas que nos cruzamos diariamente e por consequência co-habitam num espaço que é comum.

Contribuinte pagador, paga e não reclama

Banca, caso mediático o BPP não conhecendo o processo, podemos opinar com aquilo que nos transmitem, relatos de pessoas impotentes e desesperadas por confiarem o resultado do esforço de uma vida a uma Instituição Credível, as suas poupanças.

Contribuinte pagador, paga e não reclama

Saúde, para os utentes que não tem direito ao sistema de saúde privado as dificuldades já conhecidas.

Contribuinte pagador, paga e não reclama.

Educação, oficial não privado. Salta á vista a qualidade do ensino de quem não pode ir para o privado enfrenta diariamente os problemas inerentes ao estado da educação.

Segurança, pessoal docente desmotivado – salvo honrosas excepções – incompetentes não lhe reconheço valências para estarem á frente de uma turma a leccionar, pois falham no comportamento da relação pessoal e por todas as razões que lhes possam assistir são em primeiro lugar profissionais e tem a responsabilidade de manter a classe estudantil motivada.

Causa/efeito, alunos desinteressados e Pais, Encarregados de educação revoltados.

Contribuinte pagador, paga e não reclama.

Propinas, Slogan “Não pagamos”.

Como podemos alinhar nisto quando o parque automóvel na maioria das Universidades deste país, tem “popós” de alta cilindrada paga pelos próprios Pais para o dia a dia destes futuros gestores?

- E onde irão estes futuros gestores do “não pagamos” encontrar motivação quando uma qualquer empresa, os convidar para os seus quadros superiores e a mesmas só poderem garantir um “popó” de cilindrada inferior?

Contribuinte pagador, paga e não reclama.

E mais situações haveriam. Embora hoje já proliferem mais Instituições de apoio ao contribuinte, exemplo disso a DECO, tribunais arbitrais entre outras.

Somos á décadas “cúmplices” desta aldrabice pegada que resumo no título deste comentário.

E também do … Contribuinte pagador, paga e não reclama.

Não é este legado, que queremos para os nossos filhos.

Diariamente estão expostos a esta Pandemia, de resultados imprevisíveis.

Por isso a nossa “obrigação”, e repito isto vezes sem conta é abrirmos caminhos para que eles além de saudáveis consigam por si, desenvolverem carácter, personalidade, sentido de entreajuda no fundo valências socioculturais em que o desporto serve de alavanca ao seu crescimento como Homens e Mulheres.

E isto não pode nem deve ser uma visão demagoga e utópica.

Lições de vida temos todos diariamente por mais preparados que estejamos somos sempre surpreendidos por uma revelação ou atitude, é incontornável.

Ganhar ou Formar, tema do agrado de tanta gente. Mas por si só sujeito a varias interpretações. A de quem tem a responsabilidade de formar, a de quem analisa o trabalho do formador Pais e Encarregados de Educação e no fim da cadeia o formando.

Neste jogo, isso foi uma evidência. Se me perguntarem qual o meu sentimento de Pai relativo ao resultado de um qualquer jogo? A resposta é clara – quero que o meu filho ganhe e acredito ser esse o primeiro pensamento do formador – “quero ganhar” – e por consequência disse o formando o resultado do seu esforço, dedicação resultado do trabalho semanal ao longo de uma época, é ver premiado com a vitória e para mais quando se vê, e com respeito pelo seu adversário, em clara superioridade.

Mas dai a abrangência que quis dar a este comentário. Tentar explicar o inexplicável e tenho a certeza! de não conseguir ou vou?

Contribuinte pagador, paga e não reclama.

Quero, contrariar esta corrente, e quando mais avanço na idade mais força tenho para contestar. Basta de sermos e desculpem-me a expressão “Gamados” (não era esta mas Vocês percebem…)

O Sr. João Gonçalves e Sr. Paulo como restante equipa técnica não precisam de um qualquer “advogado de defesa”.

E a ideia transmitida por eles foi clara para mim, e ressalvo não ser pessoa próxima das suas relações pessoais.

Dar oportunidade a todos os miúdos de jogar, mais ainda criando condições de “pressão” retirando do jogo – digamos – e espero que percebam a subjectividade desta afirmação os “seniores” os que dão o sentimento de segurança.

No fundo a lição a retirar, é cada um acreditar em si próprio dando a cara a adversidade e não sentir a “ausência de … “, a sua presença é por si só o garante da continuidade.

Sem dúvidas é uma “onda de choque” tremenda para este escalão, mas é para isso que estão lá os “seniores” para ajudar a limpar as “feridas” e por força dessa acção todos crescerem e se aproximarem mais como indivíduos.

E a nossa protecção de pais, mães e encarregados de educação por muita legitimidade que tenha e tem.

Devemos saber nos “desligarmos” ás vezes e percebermos quais são as dificuldades dos nossos filhos, perante situações de desconforto, vendo e ouvindo as suas preocupações.

Só assim teremos a certeza de uma reforma descansada -se quiserem ou seja no nosso intimo percebermos que se encontram preparados para “sobreviver” nesta Sociedade.

Voltando a este campeonato, ganho e com mérito por estes briosos MIUDOS. Não posso deixar de fazer reparo aos responsáveis do São Julião do Tojal.

O meu sincero aplauso, pela forma e nunca tinha visto isto neste escalão confesso, como retirou a equipe titular do campo no decorrer da partida colocando a segunda linha, se já houve outros que o fizeram as minhas desculpas pela omissão mas este acto é por si só a forma saudável e demonstrativo de como se deve estar no Desporto.

Parabéns,

Aos da “casa” já o disse anteriormente e não me vou repetir.

Um abraço,

Manel – Adepto de Futsal

(quarenta e seis anos, Pai do Emanuel nº4, sportínguista, orgulho maior A Minha Família, defeitos muitos, virtudes não encontro)

http://adeptofutsalmc.blogspot.com/

Bernardo disse...

Eu acho bem todos jogarem, mas ha uma coisa que acho mal, é alguns tarem a correr a esforçar-se para ganhar (nao e o que os outros nao se esforcem) para depois nos ultimos minutos tar-mos no banco a ver nos a sofrer golos e a perder ou empatar.Por acaso no banco enquanto todos tavam a refilar com o marcelo fui o unico que disse para se calarem pq ele nao tinha culpa. Fomos campeoes nos 2 jogos a seguir perdemos pontos nao conseguimos ganhar depois de ser campeoes,pq? so mais uma coisa acho que para nos ("seniores")xD no nosso ultimo jogo como infantis deveriamos ter saido daquele jogo com a vitoria por tudo que lutamos durante o campeonato todo.

Bernardo disse...

E assim falo por todos que tavam no banco pq senti que todos tavam frustrados com o que se tinha passado.

Eu ate acho que isto ainda e pior para a evoluçao, vou falar no caso do marcelo, entrou faltava 10 minutos para acabar tava 6-0 ele entra e fica 6-6 como sera que ele ficou vendo toda a equipa frustrada com os 6 golos que ele sofreu? sera que ele evolui ou ainda ficou pior? Sera que nao era melhor para ele ter jogado apenas 5 minutos(secalhar nao tinha sofrido) ficava confiante e acabava o jogo contente, ele e toda a equipa ??

Faria disse...

Atenção, aproveitem já este rapaz para treinador, ele tem queda, pois como jogador parece que terá ainda muito que aprender.
Bernardo antes de analisares os erros dos teus colegas ou treinadores, tenta pensar naquilo que fizeste de menos bom durante o jogo e vais ver que será muito mais produtivo para ti.
Nunca te julgues acima de ninguem pois assim nunca irás vingar.
Já agora faço um alerta aos formadores desta equipa, será que a escolha de capitão foi bem feita?
Um capitão não serve só para passear a braçadeira ou para escolher o lado do campo em que se vai jogar.
Este miúdo tem alguma condições para vir a ser um bom jogador, apesar de lhe faltar a condição principal, ou seja a humildade, vamos ver se não lhe será fatal.

João Gonçalves disse...

Boas...
Sinceramente não quero e nem tenho que andar aqui a responder neste espaço que foi criado por mim para que a informação e a opinião de cada um seja publica e cada um tenha um espaço para poder transmitir o seu pensamento...mas...

O treinador de cada equipa é treinador para tomar as decisões que acha melhor mediante o que são as suas ideias e nomeadamente nestes escalões sobre a formação dos jovens e foi isso que fiz em conjunto com a minha equipa técnica.
Não concordo é que se diga "
é alguns tarem a correr a esforçar-se para ganhar (nao e o que os outros nao se esforcem) para depois nos ultimos minutos tar-mos no banco a ver nos a sofrer golos e a perder ou empatar", porque em outras situações sejam elas de treino ou jogo também temos de correr e lutar porque até aqueles que tanto se critica são dos que mais correm e trabalham.
Quanto ao facto de se dizer que para a evolução de um jogador é mau entrar e sofrer 6 golos, também não concordo porque mais vale jogar e entrar e sofrer 6 golos do que nem sequer jogar e muito menos ser convocado, que era o que acontecia antes de ser eu o treinador.
São opiniões e que temos de respeitar e também ser coerentes com o que dizemos e afirmamos.

Amigo Manel, obrigado por ainda haver pessoas que percebem o que aconteceu naquele jogo, porque este plantel foi constituido por todos e não apenas por 6 jogadores!
Todos, repito, TODOS são CAMPEÕES.
Para a história fica é quem venceu o campeonato de 2008/09 e não se ganhou ou não os ultimos jogos.
Os campeonatos são feitos de regularidade e ganha quem mais pontos conquistou e nós (Leões Porto Salvo) conquistamos mais 1 ponto que o Académico Ciencias, conseguimos ter o melhor ataque, o melhor golo-avarage e fomos a 2ª melhor defesa do campeonato. Existem duvidas?
Fico muito contente por tudo aquilo que este PLANTEL consegiu ao longo desta longa época e para eles o meu muito obrigado e mais contente fico por ter ajudado na formação de TODOS eles e de ter conseguido isso com TITULOS! Juntou-se o util ao agradavél e definitivamente reconheçam o valor deste plantel e desta equipa técnica por tudo aquilo que fez e tudo aquilo que ajuda o nosso fantástico clube que é o mesmo "C.R.LEÕES PORTO SALVO)"

Obrigado

João Gonçalves

João Gonçalves disse...

Caro Amigo Faria,

Quando fui convidado no final de Dezembro para ser o treinador desta equipa achei e que era melhor mudar pouco relativamente ao que tinha sido feito e constituido pelo anterior treinador.

Quanto ao Bernardo, e vou escrever isto mas já tive a oportunidade de mais do que uma vez conversar com ele e tentar ajuda-lo a melhorar mais... mas acho que ele têm todas as condições para ser um excelente jogador de futsal e como todos têm alguns aspectos importantissimos a melhorar e a modificar na sua personalidade muito própria.
Durante estes 5 meses em que fui treinador dele tentei ajuda-lo e se o consegui ou não ele melhor do que ninguém o poderá dizer.
Ele também sabe o que têm de modificar para poder evoluir. Espero que o próximo treinador dele tenha mais sorte do que eu.

Quanto ao resto não sou eu que tenho de analisar...

Abraços

João Gonçalves

Anónimo disse...

2009-05-10 - (News Letters) (vale a pena ler até ao fim)

Autor: Clara Viana, Paulo Ferreira

Fonte: Público - P2 | Página : 4;5;6;7;1;

1975 - O ano da outra grande crise

Um banqueiro preso depois de descoberta de uma megafraude. Uma crise económica profunda. Um país com um défice externo recorde. O desemprego a subir. Nacionalizações. Uma importante empresa tecnológica que fecha. Parece-lhe familiar? Bem-vindo
ao Portugal de 1975. Por comparação, hoje, não será só a economia, mas também
a esperança que se encontra em queda. Por Clara Viana e Paulo Ferreira


O Tejo parece estar ali à distância de um braço, há um jardim com relva e palmeiras entre prédios novos, cafés e esplanadas nos andares térreos. Ainda não há muito tempo havia fábricas em Lisboa e arredores, hoje estão lá novas urbanizações. Adélia Garcia assinala uma estrutura envidraçada que desponta na paisagem. Lá dentro está um velho forno de 12 metros. Há um museu, mas aquele forno foi realmente o que sobrou da Fábrica de Loiça de Sacavém, que chegou a ser tida como uma das melhores do ramo na Europa.
À semelhança da maioria dos que residiam naquela localidade do concelho de Loures, o pai e a mãe de Adélia trabalharam lá. Ela não, mas as três fábricas por onde passou também já fecharam portas. Da primeira vez, tinha o 25 de Abril acontecido apenas há dois meses. Entre a festa e o espanto da liberdade, o primeiro grande despedimento pós-25 chegou por telex. Adélia tinha 17 anos.
Do outro lado do Tejo, em Almada, Tim andava pelos 14 e os Xutos & Pontapés, ou mesmo a música como alternativa profissional, nem um lampejo eram sequer ainda. Com 29 anos, Lídia Jorge, que era professora de Português, e ainda não se tornara escritora, estava mergulhada na enorme confusão que eram os liceus então.
Nicolau Breyner, então com 35 anos, tinha um chapéu de coco e era o "Senhor Feliz" na RTP. Aos 36 anos, Carlos do Carmo continuava a cantar por volta da meia-noite, na casa de fados do Bairro Alto de que era proprietário com a mãe, Lucília.
Mário Murteira, com 41 anos, tinha regressado ao Governo para assumir a pasta do Planeamento e Coordenação Económica, depois de ter ocupado o cargo de ministro dos Assuntos Sociais no primeiro Governo provisório. José da Silva Lopes, que tinha 43 anos, deixara a pasta das Finanças e era governador do Banco de Portugal. E José Carvalho Ferreira abandonava, aos 28 anos, o exílio em França a caminho de Portugal e de uma futura carreira universitária.
A pedido do P2, vão ser eles o nosso passaporte para o passado. Destino: o pós-revolução e 1975, o ano que a crise actual trouxe de novo às primeiras páginas porque, pela primeira vez em 34 anos, vamos ter uma recessão económica da mesma amplitude.
"Estou muito mais preocupado agora do que estava na altura. Aqueles problemas eram conjunturais e hoje estamos com problemas estruturais. Na altura tínhamos instrumentos de política económica, como a taxa de câmbio e taxa de juro [que deixámos de ter de forma autónoma com a adesão ao euro], por isso é que tínhamos uma recessão e depois recuperávamos logo. Tínhamos um défice da balança de pagamentos mas introduzíamos um programa e corrigíamos", diz Silva Lopes, que prevê que "desta vez vamos ultrapassar a taxa de desemprego de 9 por cento que tivemos na altura". A crise de 2009 assume um carácter ainda mais severo quando recuamos ainda mais. "Nunca tivemos uma crise tão longa como esta. Desde 1920 que nunca tivemos um período de oito anos com tão pouco crescimento como agora. E já passámos por alturas complicadas. O crescimento até 1950 era fraco. Só começou a ser bom a partir do fim da II Guerra."
Apesar das enormes diferenças que separam o funcionamento da economia então e agora, é impossível não reparar na semelhança de registos estatísticos.
Nesse ano, como agora, a queda da produção do país regista níveis raros, próprios de tempos únicos, a rondar os quatro por cento. O défice externo também foi elevado mas não atingiu sequer os níveis actuais. E o desemprego rondava os nove por cento.
Em 1975, "a recessão portuguesa foi mais profunda do que a dos outros países", mas Silva Lopes não deixa de ficar "pasmado" porque, "dado o estado de revolução em que estávamos e a perda das colónias", a diferença foi até muito pequena. Este foi o primeiro milagre. O outro: "A recuperação foi muito rápida. Considero que o período mais milagroso da economia portuguesa foi em 1976 e 1977. Reagimos bem, com boas medidas tomadas pelo Governo. A maneira como recebemos os retornados e tudo isso foram verdadeiros milagres. E em 1977 a economia portuguesa estava com problemas na balança de pagamentos, mas já ia por aí acima."

Desemprego, marisco e segurança

Em Março passado, o número de inscritos nos centros de emprego estava acima dos 480 mil. Em 1975 rondaria os 250 mil.
Entre os desempregados de 75, figuravam ainda muitos dos trabalhadores da Applied Magnetics, uma multinacional norte-americana que em Sacavém, mais concretamente no Prior Velho, tinha produzido peças para computadores e outro material electrónico e que inaugurou por cá, antes de ser moda, o tempo das deslocalizações.
"Já não podiam explorar como queriam", comenta Adélia, que trabalhou ali quase dois anos. Turnos de sete horas seguidas, por vezes dois de uma assentada, a soldar fios eléctricos em pequenas cápsulas de plástico, tudo tão pequeno que obrigava ao uso permanente de microscópios, alinhados em grandes bancadas brancas e Adélia e outras dezenas de mulheres agarradas a eles. "Tínhamos sempre o encarregado atrás, nem a cabeça podíamos levantar."
Quando o 25 de Abril chegou, mais de metade da população empregada em Portugal ganhava, por mês, entre 1500 e 3500 escudos (7,5 a 17,5 euros). Com a revolução ainda na rua, anúncios nos jornais pediam paquetes, com "idade entre 14 e 17 anos" e "escolaridade obrigatória". "Vencimento inicial de 1495 escudos (cerca de 7,5 euros)" por mês. No Estado, por exemplo, aumentava-se um director da Direcção-Geral de Fiscalização Económica para 17.200 escudos (86 euros) e um adjunto técnico de 2.ª classe do mesmo departamento para um pouco menos de metade.
Na Applied Magnetics, o pagamento médio andava pelos dois mil escudos. Não por muito mais tempo. Em Maio de 1974, era fixado o primeiro Salário Mínimo Nacional: 3300 escudos, aumentado um ano depois para quatro mil.
Mário Murteira confirma que essa foi uma das prioridades do primeiro Governo. "A minha preocupação era social: criar o salário mínimo e condições de negociação entre sindicatos e empresas."
O impacto da medida não demorou. Carlos do Carmo lembra uma das imagens da época, consequência da melhoria de condições de vida que chegou pela mão do Salário Mínimo Nacional, recorrentemente evocada à esquerda e à direita também como sinónimo de uma mudança de paradigma: operários nas esplanadas a comer marisco.
Em contrapartida, muitas casas de fado e os restaurantes mais caros encontravam-se vazios, já que uma parte substancial da sua clientela habitual tinha fugido de Portugal. Carlos do Carmo também perdeu parte dos clientes mais ricos, mas a sua casa, o Faia, continuou a encher-se. "Sabiam que eu estava com o 25 de Abril." Era uma das novas fronteiras. Consumo mínimo 150 escudos e filas à porta, com uma nova clientela, que "começou então a ter poder aquisitivo" e que se aventurava pela primeira vez em estabelecimentos como este.
"Desenvolveram-se muito os consumos de tipo social. Passámos a ter segurança social numa escala que não tínhamos. E saúde, e educação", descreve Silva Lopes. "A redução da taxa de mortalidade infantil é das coisas mais brilhantes que temos."
Sem dúvida que se vive hoje melhor. O responsável pelas Finanças do país na altura recorre a alguns números para ilustrar: "Em 1973 gastávamos 28 por cento do ordenado com alimentação. Agora são 16 por cento e comemos muito melhor. As coisas são mais baratas em termos proporcionais, o rendimento é maior. Até comemos mais do que devíamos..."
E provando que não há fome que não dê em fartura, também há exageros. Tínhamos 100 automóveis por 1000 habitantes e agora temos 500. "É inconcebível que, juntamente com a Itália, Portugal seja o país que tem mais carros em termos proporcionais. Temos alguma saloiice, somos um país que não usa os transportes colectivos. Quando estive no BERD [Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento], verifiquei que em Londres os directores vão todos de metro. Aqui não, não há nenhum contínuo que não vá de carro."
Lídia Jorge confirma que as condições do país eram muito piores do que são hoje, mas sublinha: "O espírito é que era diametralmente oposto. As pessoas tinham desejo de muito menos coisas. Recebia-se pouco, mas havia a ideia de que finalmente tínhamos alguma coisa. O mito do Estado-providência estava pela primeira vez a ser vivido no quotidiano. Tinha-se uma ideia de segurança, de que dali para o futuro iam existir pensões, respeito pelo direito das pessoas, emprego. Uma ideia de à-vontade, enquanto hoje é exactamente o oposto."

Um telex a fechar
uma fábrica

Portugal chegou tarde a este sentimento de confiança, que então era já vivido por muitos europeus e norte-americanos. Ainda não se sabia, mas chegámos à democracia no final de um ciclo, frisa José Maria Ferreira, professor do Instituto Superior de Economia e Gestão e investigador do Socius.
"Os 30 gloriosos anos do capitalismo", que tinham começado em 1945, no pós-guerra, estavam a chegar ao fim, explica, e com eles o "apogeu de confiança" que fora propiciado por este ciclo de "industrialização e urbanização das sociedades", baseado em adquiridos como o pleno emprego, o salário, férias pagas.
"Fazer Portugal entrar no seu tempo" - é assim que Mário Murteira define a prioridade do primeiro Governo após o 25 de Abril, em que participou. "O isolamento social e cultural era muito grande na altura."
Em 1974, na multinacional norte-americana, estava-se em greve pela bateria de direitos que funcionava como norma no Ocidente: 40 horas semanais, aumento dos dias de férias pagas, complemento da baixa por inteiro. E também contra o despedimento dos 116 operários que trabalhavam na "linha de memórias", o sector que era apresentado pela administração como o "ramo doente". Numa carta dirigida aos trabalhadores, o director-geral norte-americano, Cecil Fraser, que abandonou o país pouco depois, advertia que a consequência deste pacote "será o encerramento da empresa dentro de seis meses ou menos".
Foi menos. A 23 de Julho de 1974, chegou um telex vindo de Londres, no qual Fraser comunica aos trabalhadores a dissolução da empresa. É um nome e um momento que Francisco Lopes nunca mais esqueceu. Actualmente membro da Comissão Política do PCP, tinha na altura 18 anos e aliava os estudos no Instituto Industrial com o trabalho na Applied. "Usados e deitados fora, como peças de engrenagem". O poema entrou-lhe na pele nesse dia.

Um banqueiro preso
e os contribuintes
que paguem a conta

Patrões que fecham fábricas pela calada mas também banqueiros presos por suspeita de fraude. Agora como então.
O Banco Intercontinental Português, o BIP de Jorge de Brito, "caiu" na secretária de Silva Lopes em 1974, quando este era ministro das Finanças do II Governo Constitucional. "Agora falamos destas coisas, mas comparado com o que o Brito fazia...". "Estas coisas" são, como se entende, os casos BPN e BPP que nos últimos meses estão nas páginas dos jornais.
"O Brito utilizava os depósitos para os seus negócios pessoais. Tudo quanto ali se punha era para os seus negócios pessoais. Não emprestava apenas a si próprio. Emprestava também ao jardineiro, que era para ele, claro. Ele comprava de tudo: terrenos, palácios, arte... tudo. Depois, nas compensações do Banco de Portugal [o acerto dos cheques e transferências passados pelos clientes e depositados noutros bancos], o BIP estava sempre a descoberto. E o BdP aparecia-me lá quase todos os dias a dizer 'mais um descoberto do BIP'. O BdP teve que adiantar nessa altura 10 milhões de contos, que agora corresponde a mais de 100 milhões [500 milhões de euros]."
Também aqui houve uma intervenção do Estado. "Um dia, já noite, fui chamado ao gabinete do primeiro-ministro juntamente com o dr. [Salgado] Zenha (ministro da Justiça) e com o dr. Rui Vilar (ministro da Economia). Fomos lá os três e ouvimos: 'Eu quero-vos dizer que estamos a prender o Brito e o Agostinho da Silva, da Torralta'. Eles foram presos pelo Copcon. Nem sei bem se quando o Vasco Gonçalves falou connosco eles já estavam presos ou estavam a ser presos naquela altura. Isto foi por aí em Setembro de 1974", conta Silva Lopes.
Depois foi nomeada uma administração do Estado para o BIP. "Recordo-me que tive um trabalhão enorme a convencer o dr. Medina Carreira a ser um deles. Ele lá aceitou. O Banco de Portugal, como era credor do BIP, ficou com as propriedades - os quadros não, já não estava cá nada, já tinham ido para Espanha."
O caso não terminou aqui. "Eu saí do Governo e fui para governador do Banco de Portugal. Por volta de 1979 o Brito - que entretanto tinha sido solto - desenvolveu um processo para reaver os seus bens. E conseguiu, ainda hoje estou para saber como, um decreto-lei no tempo de Mota Pinto em que se dizia que ele reavia os bens se ninguém se opusesse. O BdP opôs-se, eu fui a tribunal e o juiz não deu provimento a esse caso."
Uma mão pesada que, no entanto, não durou muito tempo. "Eu saí do BdP em 1980 e passados uns tempos, já no governo da AD, ele já conseguiu reaver as coisas, não sei bem em que condições. Pessoalmente, considero que o Brito foi um dos indivíduos mais fraudulentos do país. O que se está a passar agora não é tão mau, apesar de ser grave. Mas o pobre do Alves dos Reis, ao pé do Brito... e toda a gente sabe o nome do Alves dos Reis." O BIP acabou por ser incorporado no Sotto Mayor, um banco do Estado que pagou as contas. Qualquer semelhança com o caso BPN da actualidade não é, de facto, mera coincidência.

A Constituição
e o socialismo já ali

"Aos srs. deputados, eleitos como representantes do povo português, exigimos que na Constituição seja assegurado o direito ao trabalho como um direito que não pode ser negado a nenhum trabalhador." Em Julho de 1975, um ano depois de terem ficado no desemprego, os trabalhadores da Applied Magnetics são ouvidos pela recém-constituída Assembleia Constituinte.
O direito ao trabalho será uma das muitas novidades consagradas na nova Constituição da República portuguesa, aprovada em 1976 pela quase totalidade dos deputados eleitos no primeiro sufrágio livre. O recorde continua por bater. Em Abril de 1975 votaram 91,7 por cento dos inscritos. E, como é regra, as urnas falaram de modo diferente do da rua. Com 37,9 por cento e 26,4 por cento, respectivamente, o PS e o então PPD foram os partidos mais votados. À distância, com 12,5 por cento, seguia-se o PCP.
Apesar dos resultados, Álvaro Cunhal insistia, em Maio: "Será preciso viver bem pouco para não ver o socialismo em Portugal."
No 1.º de Maio de 1974, Mário Soares e Álvaro Cunhal estão lado a lado, uma breve emoção entre tempestades. "O primeiro Governo provisório [em funções até Julho de 1974] era de uma candura, de uma ingenuidade, de uma esperança... Era a utopia, era uma coisa fantástica. Penso que até o Álvaro Cunhal e o Mário Soares, naquela altura, pensavam que ia ser sempre a andar. O caminho estava aberto, haveria uns problemas pelo caminho, mas o essencial estava traçado", recorda Mário Murteira sobre esse período onde todos eles tinham assento no primeiro executivo pós-revolução, liderado por Adelino da Palma Carlos.
Um ano depois, a ruptura estava consolidada. No Movimento das Forças Armadas (MFA) aprofundam-se também as divisões entre os militares mais moderados e os mais radicais, e nestes entre os que estavam próximos do PC e os que alinhavam pela extrema-esquerda.
Por essa altura, Silva Lopes estava já no Banco de Portugal. O gabinete do governador era, e lá continua, na Rua do Comércio, na Baixa pombalina de Lisboa. Da curta viagem a pé que fazia com frequência para o refeitório do banco, no Rossio, veio uma enorme preocupação. "Assustei-me em 1975. Foi o único período em que me assustei. Eu ia a pé, chegava ao Rossio e via aquilo cheio de retornados, milhares de retornados ali em pé a falar uns com os outros. Devo dizer que nessa altura tive muito medo. Não sabia como é que o país ia acomodar aquela gente toda. Mas acomodou. Foi um milagre."
À frente do edifício do Diário Notícias, que tinha como subdirector o comunista José Saramago, os socialistas multiplicam manifestações contra a "falsa informação".
Influenciados pelo léxico cubano, Governo e MFA decretam a chamada "batalha da produção". Objectivo: aumentar "drasticamente" a capacidade produtiva, de modo a tornar Portugal "um país mais próspero e com mais justiça social".
A partir dos dias de hoje, parece um mundo ao contrário: sem o apoio da Intersindical - que as considera "prejudiciais ao avanço do processo revolucionário -, as greves multiplicam-se, convocadas por sindicatos afectos ao PS ou à extrema-esquerda, enquanto os piquetes antigreve são alimentados por militantes do PCP.

Liceus
incontroláveis

Nos liceus, os confrontos entre grupos adversos são constantes. O Pedro Nunes, em Lisboa, está a ser gerido por uma comissão constituída por elementos do MFA, mas a "ordem" tarda a instalar-se. Numa nota publicada na imprensa, contra os grupos maoístas que então dominavam ali, o Ministério da Educação proclama que os estudantes daquele liceu são, na maioria, filhos da "burguesia que oprimiu o povo português", para concluir assim: "O ensino é algo demasiado sério para estar entregue a pseudo-revolucionários que se divertem a fazer democracia."
Lídia Jorge apanhou o 25 de Abril quando dava aulas na Beira, em Moçambique. Em 1975, estava no D. João de Castro, em Lisboa. "Foi a primeira vez que se viu nas escolas insultos escritos nas paredes, desenhos pornográficos. Os professores mais velhos passavam pelos corredores de olhos no chão. Não conseguiam olhar para as paredes, sentiam-se envergonhados. E os miúdos, de repente, perceberam que podiam fazer tudo aquilo na cara dos professores sem que eles pudessem fazer nada."
A desordem nas escolas foi geral, imensa, incontrolável, constata, uma vivência que lhe impôs esta conclusão: para funcionar, "a escola só pode ser uma instituição democrática até certa altura. Há uma hierarquia que se tem de manter".

A meio caminho entre o Leste e o Ocidente

Entre o início da Reforma Agrária e das nacionalizações, em Fevereiro e Março, e a normalização democrática pós-25 de Novembro, depois de se ter rasado a guerra civil, na história da democracia portuguesa 1975 foi o ano em que quase tudo aconteceu, por vezes em simultâneo e várias vezes em direcções contrárias.
A guerra do Vietname chegara ao fim no início de Maio; confrontos entre a FNLA e o MPLA antecipavam em Angola o que viria a ser uma guerra civil devastadora na pós-independência, com início em Novembro; a Guerra Fria estava em pleno, embora com muito menos longevidade do que então se poderia prever, e sobre Portugal sucedem-se testemunhos contraditórios de e para ambos os blocos.
Dos países do Leste vêm votos de confiança no processo revolucionário, o primeiro-ministro Vasco Gonçalves assegura ao então Presidente dos EUA, Gerald Ford, que Portugal "não é um cavalo de Tróia na NATO" e resume assim a sua participação na cimeira da Aliança Atlântica, realizada em Bruxelas no final de Maio: "Pedimos mais compreensão e menos apreensão."
Um dos traços que Nicolau Breyner retém da época: "Estava sempre a acontecer alguma coisa. De vez em quando havia tiros, outras vezes havia ruas por onde não se podia passar, ora era o quartel-general que estava cercado, ora eram os pára-quedistas que saíam do quartel. Lisboa era uma cidade com muita confusão na rua. Mas confesso que, apesar dos inconvenientes, era uma cidade muito engraçada, muito viva."
Não faltavam situações onde ir buscar conteúdos para um programa de humor, diz Breyner, que, na altura, estreava na RTP - preto e branco, dois canais, o segundo só com programação à noite, o primeiro com as tardes ocupadas pela Telescola - Nicolau no País das Maravilhas, cuja popularidade ficou a dever-se a um pequeno sketch de humor que tinha dentro, Senhor Feliz, Senhor Contente. O Contente era Herman José, que então "estava no ABC, tocava guitarra-baixo e tinha muita graça" e que, para o grande público, começou aqui, nesta rubrica.
O programa era gravado num café e obrigava, por isso, à presença de um carro de exteriores. O problema é que, na altura, a RTP só tinha um. "E como estava sempre a acontecer alguma coisa, o carro estava sempre a ser chamado e nós tínhamos que interromper as gravações. Mas isso até era divertido."
Apesar de ser um programa de crítica social e política, Breyner garante que não foram alvo de qualquer tentativa de ingerência. "Recebemos apenas algumas ameaças da extrema-esquerda. Mas não me assustaram, como também não me tinham assustado as ameaças da PIDE", quando era da oposição.

Mulheres
na rua, homens
nas compras
Nesse ano, o Benfica arrecada o título ao Sporting e ambos ombreiam na I Divisão com clubes como o Espinho ou o Olhanense. Na Baixa de Lisboa, um comerciante aponta, desanimado, para a sua montra cheia de vestidos de noiva: "Ninguém está a casar-se". A luta pelo poder está ao rubro, mas entretanto estava já a acontecer uma revolução mais funda, que mudou Portugal para sempre e que contribui, em muito, para que Lídia Jorge diga isto daquele tempo: "Soltou-se a cor e de repente tudo brilhou".
A mudança na família foi a "maior esperança que aconteceu na altura", recorda a escritora. "A sociedade portuguesa vivia uma situação bastante retrógrada. Fui jovem, garota, naquele período. Era uma sociedade tão machista que as raparigas quando saíam à rua eram sempre confrontadas com piadas, vinham mexer-nos nas pernas, apalpões, diziam-nos coisas inomináveis. Na família o poder era patriarcal."
Em Abril de 1975, é ratificado um protocolo à Concordata de 1940, subscrita entre a Santa Sé e o Estado português, prevendo a possibilidade de dissolução dos casamentos pela Igreja. O novo Código Civil, que entrará em vigor neste ano, será dos mais avançados à época.
A explosão não esperou pela nova lei. "Quando se dá a revolução, as pessoas como que tentam ajustar contas com este quotidiano familiar. É um momento de grandes rupturas familiares, de muitos divórcios."
A escritora lembra-se também como esta mudança na família se repercutiu na rua: "Há uma desarrumação da sociedade, uma distensão nos comportamentos. As mulheres acompanham os homens nas ruas. As raparigas estão na rua. É a primeira vez que se começam a ver homens a passear os filhos em carrinhos ou a ir às compras".
Ela tinha dois filhos pequenos e seguia o que era ainda então a saga da maioria das mães portuguesas. Imagens que ainda guarda nos olhos: "Não havia, ou não estavam divulgados, os ultracongelados, nem o take-away, nem as refeições Blédine para bebés. Era tudo confeccionado em casa. As compras eram um fardo imenso. Ao fim da tarde, as mulheres jovens transformavam-se em postes ambulantes, carregando seis sacos de compras e dois ou três filhos pela mão."
As grandes superfícies ainda não tinham aparecido, mas os primeiros supermercados já aí estavam, provocando as queixas do costume da parte dos pequenos comerciantes. O eterno vereador da Câmara de Lisboa, Pedro Feist, que já então presidia à Associação de Comerciantes, traça este quadro do sector: existiam à época 220.000 pequenos comerciantes, o que representaria uma loja para cada 98 habitantes.

Entre comícios
e os Genesis

Apesar da confusão reinante, Lisboa era ainda em parte o que fora antes do 25 de Abril. Comparativamente aos dias de hoje e nas palavras de Breyner: "mais pequena, talvez um bocadinho mais suja, talvez mais antiga, mais fechada, com menos divertimentos e com menos jovens na rua". Começavam a sair mais tarde do que hoje e não tanto como agora. Tim, por exemplo, só começou a ter autorização para sair à noite aos 16 anos. Aos 14, nos dias de aulas, já estava na cama às 10 horas da noite.
Ainda existiam os grandes cinemas, plateia e dois balcões; nas salas continuava a explosão de filmes eróticos a par e passo com franceses da Nouvelle Vague e alguns dos grandes realizadores norte-americanos e ingleses.
Na época havia sempre um comício ou uma manifestação, onde se encontravam amigos. Os Genesis assinavam um dos momentos do ano, com um concerto memorável em Cascais. Multiplicavam-se as sessões do chamado "Canto Livre", por onde passavam Zeca Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Fausto, Vitorino, Sérgio Godinho ou Zé Mário Branco. Havia poucas discotecas, alguns cabarets. Ia-se ao teatro, aos cafés, "que eram lugares centrais de socialização", além disso convivia-se em casa. "Também ainda se passeava em grupo. Saía-se de carro para o campo e aconteciam piqueniques monumentais", conta Lídia Jorge.
Em Almada, Tim andava de bicicleta com os amigos, jogava à bola, matrecos, um pouco de flippers. Ao fim-de-semana iam ao cinema e aos bailes das sociedades de recreio. "Existiam umas cinco entre Almada e a Cova da Piedade." Ao fim da tarde, estavam em casa. Era só a essa hora, diz, que havia alguma coisa para espreitar na televisão. E mesmo assim por pouco tempo.
Disponibilidade. Entre o jovem que foi e os jovens de hoje, é aqui que encontra a principal diferença. "Não têm conta as horas que passei em Almada sem fazer nada, encostado a uma parede, a ver os carros a passar, ou parecido. E aconteceu assim porque no sítio onde estava, e em muitos outros sítios, não havia nada para fazer. Não havia a sociedade de informação de hoje, não existiam computadores. Tudo era complicado, mas nós éramos umas esponjas capazes de absorver tudo o que estava disponível, que era muito pouco."
Para sua "sorte", acrescenta, Almada era uma cidade nova, que estava sempre a mudar. Bastavam umas férias fora e no regresso "havia mais três ruas para a gente ir".
Depois foi o mergulho na agitação em 1975, que começou com as Reuniões Gerais de Alunos no liceu e acabou em acelerado, quase uma década depois, a tempo inteiro na música, já depois de concluído o curso de Agronomia e quando estava para sair o disco de marca dos Xutos, Circo de Feras. "Tive tudo a que tinha direito: pertenci à geração do 25 de Abril; assisti e fiz parte da transformação da música; quando entrei para Agronomia éramos talvez 98 por cento de homens e quando saí as mulheres eram talvez 70 por cento", conclui Tim.
Por essa altura, meados dos anos 80, Lídia Jorge já tinha publicado alguns dos seus 15 livros; Carlos do Carmo trespassara o Faia e cantava para públicos mais vastos; Nicolau Breyner prosseguia a sua carreira de actor e Adélia Garcia, depois de uma passagem pela Fundição de Oeiras e por uma fábrica de estampagens em Fetais, já estava onde ainda está hoje: na Junta de Freguesia de Sacavém, fiscalização do mercado de manhã, limpezas à tarde.

Ontem e hoje

Mário Murteira diz que o que entretanto se passou "é uma história com muitos vilões". "Quando há um regime opressivo durante muito tempo e se desmorona, logo a seguir há uma grande esperança que depois a realidade não confirma. Quando surgem crises, a democracia política, só por si, não funciona. Só é válida quando é caminho para a democracia económica e social. E isto falhou, sabemos isso agora. A coesão social não foi reforçada desde então. Como é possível? Como é possível que o PS e o PCP não se entendam? E não consigo ver quais são as vantagens da acção da CGTP para os trabalhadores."
Por comparação aos dias de hoje, o que aconteceu também em Portugal, e no mundo, foi o "fim da confiança", afirma José Maria Ferreira. "Muito do mundo da confiança, nos 30 gloriosos anos do capitalismo, era baseado em actos de memória, de repetição de coisas que se fizeram antes", mas o novo mundo das tecnologias da informação, do ciberespaço, pôs fim ao que conhecemos. "Hoje o mundo é de coisas que se fazem aqui e agora e são irrepetíveis. A única possibilidade perante ele é a da criação". José Maria Ferreira sustenta que passámos todos a ser "aprendentes" e que a confiança deu lugar a "uma desconfiança generalizada, porque os actores são ignorantes em todos os sectores, em todas as funções".


Estou muito mais preocupado agora do que estava na altura. Aqueles problemas eram conjunturais e hoje estamos com problemas estruturais. Na altura tínhamos instrumentos de política económica, como a taxa de câmbio e taxa de juro [que deixámos de ter de forma autónoma com a adesão ao euro], por isso é que tínhamos uma recessão e depois recuperávamos logo.
Silva Lopes, Economista

O primeiro Governo provisório [em funções até Julho de 1974] era de uma candura, de uma ingenuidade, de uma esperança... Era a utopia, era uma coisa fantástica.
Mário Murteira, Economista

Já não podiam explorar como queriam. Tínhamos sempre o encarregado atrás, nem a cabeça podíamos levantar.
Adélia Garcia, Ex-operária

Os 30 gloriosos anos do capitalismo", que tinham começado em 1945, no pós-guerra, estavam a chegar ao fim e com eles o "apogeu de confiança" que fora propiciado por este ciclo de "industrialização e urbanização das sociedades", baseado em adquiridos como o pleno emprego, o salário, férias pagas.
José Maria Ferreira, Investigador

As pessoas tinham desejo de muito menos coisas. Recebia-se pouco, mas havia a ideia de que finalmente tínhamos alguma coisa. O mito do Estado-providência estava pela primeira vez a ser vivido no quotidiano.
Lídia Jorge, Escritora

Tive tudo a que tinha direito: pertenci à geração do 25 de Abril; assisti e fiz parte da transformação da música; quando entrei para Agronomia éramos talvez 98 por cento de homens e quando saí as mulheres eram talvez 70 por cento
Tim, Músico

Tinha a casa cheia, porque sabiam que eu estava com o 25 de Abril"
Carlos do Carmo
Fadista

Estava sempre a acontecer alguma coisa. De vez em quando havia tiros, outras vezes havia ruas por onde não se podia passar
Nicolau Breyner, Actor

Unknown disse...

Pois é filho não podemos agradar a todos....
É pena que só agora no fim do campeonato, o qual tu ajudas-te a serem CAMPEÕES, onde marcas-te tantos golos e deste tantos outros a marcar , venham agora dizer que não prestas. É PENA....
Ao Sr. Faria só tenho uma coisa a dizer-lhe:
O Bernardo é uma criança de 12 anos que nasceu dentro deste clube , e que sempre lutou para dignificar a camisola que veste.
(ganhou um campeonato de escola e com este é o 2º de infantis).
Ao Sr. João Gonçalves tenho-lhe a dizer o seguinte:
já o conheço a alguns anos e a sua filosofia é sempre a mesma, não têm espirito ganhador.E como treinador... (não vale a pena vir aqui descrever o seu historial, pois eu conheço-o).
Como mãe do Bernardo sinto-me muito triste, magoada. Não vou aqui falar de coisas de bastidores, porque ai......vou falar daquilo que se tem escrito e visto.
Ontem no jogo disse que se estava a "...." para o jogo. Se estava, podia ter feito mais meia duzia de escolas campeões, convocando-os para o jogo. E provavelmente teria o 2º melhor jogo tactico da epóca.
Aquilo que eu ontem vi foi tudo menos formação, claro na minha opinião...
Vi um guarda-redes triste porque sofreu 6 golos. (se calhar se o treinador tivesse optado por pôr o fixo - Emanuel isso não teria acontecido)
Vi o pai desse jogador levantar-se da bancada
Vi a tristeza dos "seniores"...
Vi a alegria dos outros por terem conseguido empatar, e só não ganharam.........
Pois é meus senhores, apesar de todos esses defeitos que voces apontam ao meu filho, tenho muito orgulho nele. Sou a 1ª a dizer-lhe que temos que lutar para sairmos vencedores em todas as situações da nossa vida. O perder só o podemos aceitar quando lutamos muito e não conseguimos contrariar a situação e não por burrice de terceiros.

Obrigado miudos pela conquista do campeonato!!!!

P.S. Sr.João Gonçalves, pode ficar descansado que o meu filho não o ira mais incomodar nos seus treinos, como foi vontade sua. A atitude do Bernardo poderá não ter sido a mais correcta,mas teve coragem de faze-lo,coisa que os outros não tiveram.

Faria disse...

Afinal já sei de onde vem a veia do rapaz para ser treinador, pois ao que parece a mãe também percebe de tácticas. É de salutar gente com tanta competência.
Se como mãe do Bernardo se sente magoada, veja como se devem sentir os pais dos outros miúdos que são colegas do seu filho e que a toda a hora são enxovalhados por ele.
Ninguém diz que não se deve de orgulhar do filho que tem, antes pelo contrário, mas deve-lhe também transmitir um dos valores que a vida tem, ou seja a humildade.
Só mais uma coisa, só fazem falta os jogadores que cá estão e não aqueles que possivelmente poderão sair, Maradona só houve um.
Se for preciso dizer mais alguma coisa também o direi....

SCM disse...

Boa tarde,

Antes de mais nada, gostaria de dar mais uma vez os parabéns a toda a equipa de jogadores e a toda a equipa técnica dos INFANTIS pelo titulo conquistado.

Queria só deixar um comentário, em relação aos comentários que vi do Bernardo:
Há que pensar no que se escreve antes de se publicar, isto porque pode afectar algumas pessoas e estou a falar dos jogadores que entraram na 2ª parte do jogo e que parece que "estragaram o jogo" aos olhos do Bernardo.
Quando se ganham os jogos não importa se entram os menos experientes, mas quando se empatam ou até se perdem os jogos, aí já se apontam os dedos.

Até porque Bernardo não queria dizer isto, mas já assisti a alguns jogos em que o teu desempenho levou a que equipas adversárias marcassem alguns golos e alguns colegas tivessem de trabalhar para dar a volta aos resultados.
Por isso acho que este comentário teu não foi muito correcto, porque uma equipa é um todo e todos trabalham para o mesmo e tem de ser todos apoiados, independentemente dos resultados serem bons ou maus.

Quanto a outros comentários aqui feitos tenho a dizer que até á entrada do João como treinador, ouvia-se que o anterior treinador era criticado por nunca convocar alguns jogadores, agora que todos os jogadores são de alguma forma convocados e que até jogam por pouco tempo é o que se vê.
As pessoas nunca estão contentes com as atitudes tomadas.
E se existe um treinador ele é que sabe qual as melhores opções a tomar.

Agora acho que se o campeonato estava mais que ganho porque não dar oportunidades aos outros jogadores sejam eles escolas ou não?
Quando os teus colegas Bernardo entraram em campo não foi com intenção de perderem ou empatarem o jogo, o mérito foi da equipa adversária que soube dar a volta ao resultado, e tentaram fazer de tudo para que issso não acontecesse.
Quanto ao guarda-redes Marcelo fez tudo o que pode para defender a nossa baliza, mas penso que nas situações em que ocorreram os golos nem o guarda-redes principal teria feito melhor.

O Capitão da equipa deve dar o exemplo aos colegas e não ter determinadas atitudes, como foram as que foram tomadas como até falta de respeito para com o treinador e para com todos os seus colegas.

É pena termos de acabar esta época desta forma quando ganhámos o campeonato.

Fica aqui expresso o meu total apoio a todos os miúdos, sejam eles escolas ou não, desta equipa bem como a toda a equipa técnica.

Unknown disse...

Não vou entrar neste jogo, muito menos responder a pessoas que não se identificam....

SCM disse...

Ninguém quer entrar em jogo nenhum, até porque quem começou o jogo foi o próprio Bernardo quando visa determinados jogadores da equipa, e para que saiba eu estou devidamente identificada a quem devo estar que é o criador do Blog, João Gonçalves.

Já disse o que tinha a dizer, agora não posso ficar calada quando o meu filho é um dos visados pelo Bernardo, os meus comentários são criticas construtivas e não destrutivas.

Se feri a sua sensibilidade de mãe também deve pensar no outro lado.
Estamos a falar de crianças e não de seniores que se sabem defender.

Faria disse...

Ninguem pode responder quando se deixa de ter poder de resposta. Mas também era bonito admitir que o seu filho não esteve bem, quando escreveu aqui neste espaço.
O Bernardo é um dos CAMPEÕES e não o único campeão, pois sozinho não o tinha conseguido ser e teve tanta importância no campeonato conquistado como todos os outros miúdos, mesmo os menos utilizados, pois possivelmente se o Bernardo fosse dos menos utilizados já ha muito que tinha desistido.
Um pouco de humildade não fica mal a ninguém e ele ainda tem muito a aprender.
Volto afirmar que tem algumas condições para vir a ser um bom jogador, apesar de lhe faltar a condição principal, ou seja a humildade, vamos ver se não lhe será fatal.

João Gonçalves disse...

Boas...

Não tenho espirito ganhador?
Então repre bem no que em baixo:

Campeão Distrital Juniores 1ª Divisão em 1992/93
Campeão Distrital de Iniciados 1ª Divisão em 1994/95
Campeão Distrital Juvenis 1ª Divisão em 1995/96
Campeão Distrital Seniores 1ª Divisão em 2005/06
Campeão Distrital Infantis 1ª Divisão em 2008/09
Campeão Inter-Associações Sub/20 Feminino em 2001/2002


Será que isto é não ter espirito ganhador?
Sou treinador á 18 anos...18 anos!
Tenho muitos anos desta vida mas tenho humilde em saber que tenho muito para aprender...

E como treinador... Não consigo agradar a todos e só conheço um treinador que ninguém fala mal mas esse chama-se José Mourinho... Eu não vou conseguir agradar a todos mas felizmente que continuo a agradar e a reconhecerem o meu trabalho desenvolvido em prol do futsal e dos jovens.

Ser treinador de Escolas, Escolinhas e Infantis é um orgulho para mim assim como é um orgulho ser TREINADOR DOS LEÕES DE PORTO SALVO gostem ou não.

O maior prazer que tenho é ajudar no crescimento e desenvolvimento dos jovens do nosso clube para que depois outros treinadores possam ter a oportunidade de conseguir potenciar ainda mais esses jovens e a partir de determinados escalões começarem a preocuparem-se mais com os resultados.
Não fz sentido andarmos a preocupar-nos com os resultados obtidos em Escolas e Infantis.

Mas mesmo para quem diz que eu não me preocupo nada com os resultados e nem tenho espirito ganhador aqui ficam os jogadores mais utilizados por mim nos determinados escalões:

Escolas LPS- André Felix, Gerson Rebelo, Pedro Fernandes, Tomás Reis, Bruno Belo e Bernardo Pereira

Escolas Ismailitas: Vasco Almeida, Diogo Ferreira, Tiago Carvalho, Jorge Pires, Afonso Jesus e Francisco Lousa

Infantis: Guilherme Sampaio, Guilherme Fantinato, Emanuel Carreira, Bernardo Ferreira e Filipe Santos

Lá no fundo devo de ter uma costela de espirtio ganhador e uma grande preocupação por conseguir bons resultados... mas sempre com a preocupação de os outros também poderem jogar e evoluir.

Por aqui me fico

Abraços

João Gonçalves

Joao Ferreira disse...

Façamos uma analogia com o actual MELHOR JOGADOR DO MUNDO, Cristiano Ronaldo. A primeira critica que poderão fazer a este comentário é: ”mas o Bernardo nunca será o melhor jogador do mundo”. Eu sei que nunca será, infelizmente, pois melhor jogador no mundo tem que ser alguém completo a nível técnico, físico e táctico, tal como o “nosso” Cristiano Ronaldo é e o Bernardo não é. Meus amigos e amigas, qual é o principal defeito que apontam ao Cristiano Ronaldo?! Falta de humildade! E isso impediu de este GRANDE JOGADOR MAS NADA HUMILDE (de lembrar que este fim-de-semana teve um “gesto” parecido a este grande jogador e irmão Bernardo) SER O MELHOR JOGADOR DO MUNDO!? Pois é, não impediu! E sabem porque? Porque a humildade não é o mais importante! O que vale ser humilde SE NÃO SE SENTE UM CLUBE? O que vale ser humilde SE NÃO SE TEM PRAZER EM JOGAR À BOLA? O que vale ser humilde SE NÃO SE TEM “PEZINHOS” PARA JOGAR A BOLA? E contra isto nada nem ninguém tem a algo a dizer sobre o Bernardo. Eu sei o irmão que tenho em casa e sei apontar os verdadeiros defeitos dele, que são: FALTA DE VELOCIDADE E POUCO APLICAÇAO NOS TREINOS. Quando se tem pouco a apontar a um miúdo de 12 anos com esta qualidade fala-se de “humildade” tal como fazem com um Cristiano Ronaldo que apesar de tudo já é o melhor marcador da liga Inglesa. Se ambos tivessem humildade, REBENTARIAM COM A ESCALA?
Mas agora vem uma crítica para quem tanto ficou impressionado com a atitude deste GRANDE JODADOR, BERNARDO FERREIRA:
Sabem porque que este miúdo teve esta atitude?! Acreditem que não foi para criticar os seus colegas ate porque, a maior parte, são amigos dele, principalmente o Marcelo. FOI SIM PORQUE ESTE MIUDO NASCEU A JOGAR A BOLA NUM CLUBE DENOMINADO DE BAIRRO E QUE AO LONGO DOS TEMPOS TEM SE TORNADO DE RICOS! PORQUE ESTE MIUDO AMA ESTE CLUBE! PORQUE O MEU IRMAO LUTA PELO CLUBE! PORQUE NINGUEM NESTA EQUIPA GOSTA TANTO DE JOGAR NO CLUBE RECREATIVO LEOES DE PORTO SALVO COMO O MEU IRMAO!
A minha mãe não quis aprofundar o assunto mas eu aprofundo porque não tenho o mínimo de problemas!
Será que estes treinadores (onde eu estive incluído) aceitariam treinar miúdos sem serem remunerados? Tirando o Hélder (fez um grande trabalho no futebol feminino e no juvenis), eu (sempre ajudei o meu pai) e o Paulo (e novo nestas andanças), os restantes já foram treinadores dos leões e ate director desportivo (João Gonçalves) mas nunca se preocuparam com estes escalões! PORQUE?
Agora para os pais… Gostaria de vos lembrar que este clube não era assim. O Bernardo quando começou a dar os primeiros pontapés na bola, acerca de 10 ANOS, o clube tinha um modesto ringue de cimento. Pergunto-vos então se colocariam os seus filhos nestas condições? Não colocariam, pois eu já jogo neste clube há 10 anos e os escalões eram constituídos por brilhantes jogadores de BAIRROS SOCIAIS e da vizinhança do ringue!
Agora já percebem o porque de tanta frustração deste miúdo?
Este clube tornou-se tão grande, tão respeitado não com os meninos ricos, aqueles que tem dinheiro para poderem dar e jogar 2 minutos, MAS SIM COM OS MIUDOS DO BAIRRO, AQUELES QUE AGORA ESTAO EM CASA PORQUE NÃO TEM DINHEIRO PARA PAGAR!
E ISTO É FORMAR OU DISCRIMINAR?
AH ESQUEÇAM, É FORMAR… UNS MIUDOS CADA VEZ MAIS PROBLEMATICOS PORQUE EM VEZ DE ESTAREM A FAZER O QUE MAIS GOSTAM E ONDE SÃO OS MELHORES, ESTAO NAS RUAS DOS BAIRROS A ASSALTAREM CARROS, CASAS E FICAREM CADA VEZ MAIS REVOLTADOS POIS APENAS OS MENINOS DA MAMA TEM DIREITO A “EVOLUIREM” NUM CLUBE!
O Bernardo aprendeu a jogar a bola num clube bairrista, NUM CLUBE GANHADOR! Falam em formação, mas não se esqueçam que os melhores jogadores dos escalões são: Bernardo, Guilherme, Filipe, Emanuel, Félix e Pedro Gonçalves. Estes miúdos tem uma coisa em comum, todos se iniciaram num clube modesto ou são miúdos de bairro!
Será que algum jogador desta fornada de RIQUINHOS chegara aos calcanhares de um: JACUBINO, ELIAS, DANIEL, BRUNO GOMES, PEDRO NOVA, VITICO, VELOSO, ROGERIO, LEO UNJANQUE, SILVINO UNJANQUE, HUGO, NELSON, HELDER entre muitos outros?
DEUS QUEIRA QUE SIM, POIS SERIA SINAL QUE OS LEOES CONTINUARIAM A SER UM DOS MAIORES CLUBES DE LISBOA, ONDE ESTES GRANDES MAS MESMO GRANDES JOGADORES BAIRRISTAS O COLOCARAM!
Cá estaremos todos para um dia mais tarde ver…
Peça desde já desculpa se choquei alguma alma mais sensível!
PS: Sou a FAVOR DE UM CLUBE DE BAIRRO, POIS A MAGIA, A FANTASIA, O PRAZER, A VONTADE, OS MELHORES NASCEM NOS GHETTOS, NÃO NOS CONDOMINIOS! O melhor jogador do mundo nasceu num bairro destes…

Será difícil de ler, mas foi tão fácil de escrever!

Anónimo disse...

Senhoras e senhores:

Foi com atenção que li todos os comentários.

Há verdades no que ao jogo diz respeito, estive presente no campo e assisti as incidências do mesmo no antes, durante e após o jogo.

E remeto para o meu comentário esse parecer.

O primeiro facto relevante após leitura, é que se discute pessoas. Não critico nem julgo pois não tenho conhecimentos para o fazer.

Todos nós temos sensibilidades diferentes, e isso é incontornável faz parte da nossa condição humana.

Mas se esta intervenção no blogue por todos nós for no sentido de simplificar o processo para os escalões em formação ou a iniciar, então já se ganhou algo.

Leio o Cantinho de Futsal espaço aberto ao debate, e agora até tem uma petição com uma temática que em pleno século XXI julgava já estar ultrapassada!

– Contem pois com a minha contribuição.

E uma das preocupações de quem lá escreve passa exactamente por esta Temática.

E não me parece também nesse espaço existir consenso na abordagem á formação.

Onde se conclui ser uma matéria com uma especificidade muito centrada em detalhes onde se focaliza a parte em vez do todo.

Já temos em Portugal clubes considerados uma referência neste campo da formação e reconhecidos pelos seus pares estrangeiros.

Logo porque não se começar por ai. O exemplo dado aqui neste espaço é suficiente para se perceber, que alguma coisa terá de ser feita para não se continuar indefinidamente a surgirem entropias que acabam sempre por deixar marcas pessoais desagradáveis.

Se os clubes definirem em concreto quais as orientações e fins a alcançar nestes escalões.

Diria, um regulamento que seria assinado pelo Responsável do atleta, em que concordaria com os estatutos requeridos para a prática da modalidade.

Julgo que;

- Ganha o Atleta -Estará mais confortável no seu treino, pois identificara mais facilmente as etapas a percorrer e a evolução do seu desempenho até poderá ser avaliado periodicamente.
(Acrescentava até complementar esta avaliação com a informação dos resultados escolares em cada período)

- Ganha o Treinador -Focaliza o seu trabalho na formação e no jogo, concerteza terá mais tranquilidade e qualidade na sua acção.

Ganha o Clube, pois chama para si quem se identifica com a sua filosofia.

E quem fica a ganhar será sem dúvida o Futsal, pois como já referi massa critica existe, há miúdos com muito talento a praticar esta modalidade.

Nada mais me oferece dizer, este é o meu contributo – se quiserem – para uma modalidade que gosto.

Um abraço,

Manel – Adepto de Futsal

http://adeptofutsalmc.blogspot.com/

Faria disse...

Boa tarde a todos.
Afinal está tudo explicado, havia um Cristiano Ronaldo na equipa, mas nós é que não nos apercebemos.
E se o jovem copia tudo o que o Cristinao Ronaldo faz, está tudo bem feito, mesmo que seja maltratar treinadores ou colegas de equipa, pois são assim os grandes jogadores.
Como sócio do clube vou pedir também ao nosso presidente que faça ja a demolição do excelente pavilhão que temos pois assim parecemos ricos e ja nao podemos praticar um bom futsal.
Irei também pedir ao João Gonçalves que cada miúdo que aparece para treinar, lhe faça logo a pergunta se é de um bairro social ou se mora num condominio fechado, pois se for morador de um condominio fechado já não tem condições para a prática do futsal.
Meus amigos todos teem o direito de praticar desporto seja ele rico ou pobre, amarelo ou castanho, branco ou negro.
Para finalizar os jogadores que referiu, da qual não meto em dúvida a qualidade de alguns deles, são tudo jogadores de topo, até jogam todos na primeira divisão nacional. lol
Acabo como comecei, afinal havia um Cristiano Ronaldo na equipa e nós não sabiamos.
Já percebi porque o miúdo é assim, se não lhe ensinam em casa, não é no clube que vai aprender, por muito jeito que o João Gonçalves tenha para treinar miúdos.

Espero que seja de fácil leitura, pois não moro num condominio fechado lol

Unknown disse...

Ninguem consegue perceber.É incrivel...E agora o Bernardo é que é o mau da fita por gostar tanto dos Leões e dos seus colegas, por gostar tanto de ganhar e por ver que o Marcelo, seu colega de turma estava a sofrer golos atrás de golos e olhava pró banco a ver se o treinador fazia alguma coisa, porque se sentia culpado....Como será que este miúdo se sentiu no final do jogo?? Sentiu-se campeão??Festejou??Acho que só ele pode dizer o que sentiu por ver os seus amigos numa situação delicada como aquela .O Bernardo provavelmente só tinha vontade de ir para dentro , ajuda-los tal como os outros"seniores". Mas parece que ninguem percebeu isso. Ele não o soube explicar melhor porque só tem 12 anos, e toda a gente"caiu" em cima dele. O Bernardo disse mal de algum colega de equipa? Disse que foram os seus colegas que estragaram o jogo?
Um Bom Treinador tem que saber formar e defender os seus jogadores,neste caso miúdos muito novos, de situações destas...
Há alturas em que todos devem jogar, mas nunca todos ao mesmo tempo, nunca desequilibrando a equipa. Acho bem que todos joguem, porque se não jogarem também não evoluem, mas há alturas para todos jogarem, não sempre, e há maneiras de fazer as coisas.
Não se pode transmitir a um "miudo" nem sequer a um "senior" que há jogos que não interessa ganhar. Pode não ser importante, mas é sempre o principal objectivo!!!Senão, vamos jogar para quê? Vamos ao jogo para quê? Pasar um bom bocado? Claro que sim...Divertir? Claro que sim...Mas com aquele objectivozinho que toda a gente gosta , GANHAR... E isso tem de ser incutido na FORMAÇÃO desde o principio.
Como diz o João Ferreira, os Leões estão a perder a sua identidade, a sua mística, os seus valores. Onde Vai estar a formação dos Leões daqui a 2 anos? de escolas a juniores a lutarem para não descerem de divisão? A terem de fazer captações em todos os escalões onde não se paga, para conseguirem ter equipas competitivas?
Será que se vai ter de pagar em todos os escalões para "jogar a bola"???
"não faz sentido andarmos a preocupar-nos com os resultados obtidos em Escolas e Infantis.."
Que me desculpe, mas é ridiculo este comentário.
Como disse o actual treinador dos Seniores numa entrevista: Formar? Ou ganhar?
Formar ganhando!!!
E sim, é possivel

Joao Ferreira disse...

O amigo FARIA afirma:"Como sócio do clube vou pedir também ao nosso presidente que faça ja a demolição do excelente pavilhão que temos pois assim parecemos ricos e ja nao podemos praticar um bom futsal.
Irei também pedir ao João Gonçalves que cada miúdo que aparece para treinar, lhe faça logo a pergunta se é de um bairro social ou se mora num condominio fechado, pois se for morador de um condominio fechado já não tem condições para a prática do futsal."

Ja que vai falar com tanta gente, fale tambem comigo e diga quem é sff ou não é homem o suficiente como eu, a minha mae e o meu irmao fomos?! É tao facil esconder-se atras de psedo-nomes e criticar quem E VERDADEIRAMENTE BOM!

Sim porque o "senhor" de inteligente nao tem nada ate pelo contrario, E COMPLETAMENTE BURRO E ANALFABETO! Para alguem com um QI modesto verificava que eu escrevi "A primeira critica que poderão fazer a este comentário é: ”mas o Bernardo nunca será o melhor jogador do mundo”. Eu sei que nunca será, infelizmente, pois melhor jogador no mundo tem que ser alguém completo a nível técnico, físico e táctico, tal como o “nosso” Cristiano Ronaldo é e o Bernardo não é.", por isso esta critica e tudo menos inteligente!

Nao ha nada para criticar entao tenta-se dar outro sentido as coisas!

So para finalizar... o meu grande amigo FARIA DIZ: "Meus amigos todos teem o direito de praticar desporto seja ele rico ou pobre, amarelo ou castanho, branco ou negro.".
Primeiro: teem??!! nao existe, é têm!
Segundo: Meu amigo nem todos nascem com o "cu virado para a lua" e impor que se pague para jogar é possibilitar que os miudos a quem a comida falta em casa possam jogar?! Por amor de deus!

Abraço amigo Faria ou outro nome qualquer! ;)

PS: se algum dia vir o meu irmao a maltratar algum colega venha-me dizer sff porque assim:
1º vejo uma atitude inedita no meu irmao;
2º tiro essa mascara e vejo essa cara cheia de cobardia que este nome esconde!!

Faria disse...

Sr. João Ferreira, não se enerve que isso faz mal à saúde.
Tenha calma jovem.
Se eu achar conveniente também falarei consigo ou se o encontrar por lá.
Já agora, já vi sim o seu irmão tratar mal colegas e até treinadores o que é gravíssimo.
Depois também não acredito que se aparecer um miúdo para treinar que não tenha dinheiro para pagar a sua inscrição que o mandem embora.
Já agora o senhor não serviu para treinador, mas já vi que para professor de Português é muito bom. Obrigado pela sua explicação, já foi útil vir aqui pois aprendi que não se escreve teem.
Um abraço

Joao Ferreira disse...

Já lhe ensinei uma coisa mas ainda nao estou satisfeito, pois ainda nao consegue ler um comentario de forma completa, pois se conseguisse teria visto que eu gostaria de saber a sua identificaçao!

Sera que tem receio de alguma coisa?

SE É HOMEM PARA VIR CRITICAR UM MIUDO DE 12 ANOS, NAO É HOMEM PARA DIZER QUEM É?! COBARDE, VOCE É COBARDE!

"Depois também não acredito que se aparecer um miúdo para treinar que não tenha dinheiro para pagar a sua inscrição que o mandem embora."
O senhor esta tao bem informado numas coisas mas noutras parece estar tao longe da realidade deste clube!

Mas cada vez estou mais curioso sobre esta grande pseudo-pessoa!

Faria= Treinadores atingidos? Sim aqueles dos seniores que so agora se preocupam com os miudos...

Faria= Pai dos meninos riquinhos? Sim daqueles que estao neste clube para evoluirem e que na bancada sao uma coisa e noutro sitio sao outra...

Faria= alguem superior que se esconde entre Joe e intrigas para cada vez mais isto estar no bolso...


Aposto que o seu nome sabe escrever, entao do resto encarrego-me eu...

Amigo Joao Ferreira, eu chamo-me_____.


assim nao ha maneira de se enganar!

Boa tarde

Faria disse...

Sr. João Ferreira eu chamo-me Faria.
Já agora para que tanto interesse em saber quem sou quando o que so tem feito é tratar-me mal.
Já vi que a educação lá de casa não é a melhor, mas tenta ao menos ser razoável, quando alguém critica de forma educada.
Depois não se meta a adivinhar quem sou, pois pode falhar.
Quando pergunta se tenho algum receio o que quer dizer com isso, não me diga que vai começar a partir para as ameaças, já é só o que falta.
Vou terminar como comecei Sr. João Ferreira eu chamo-me Faria.
Até logo.

Joao Ferreira disse...

Educaçao recebo muito mais do que voce dá/recebeu alguma vez na vida disso nao tenha a minima duvida!

Ameaçar? quem? nao disse isso! Nao me diga que voltou a interpretar as coisas a sua maneira?!

COBARDE, VOCE E COBARDE!

Foi assim que o ensinaram? Desculpe mas quem nao tem educaçao e voce, porque se uma pessoa existe e para assumir o que faz e dar a cara, nao é fazer o que esta a fazer!

COBARDE, VOCE E COBARDE!

PJM disse...

Boas noites a todos.

Em 1º lugar não sou tido nem achado nesta história!

No entanto "habituei-me" a ver neste blog um espaço de opinião, sem que para isso fosse necessário entrar em disputas e ataques pessoais.

E só aqui venho deixar este comentário porque me entristece sobremaneira o que se passa. Não está em causa o valor da A, B ou C.

A questão também não pode ser vista pela cor da pele, pela educação, ou pela via monetária dos Pais.

O meu filho joga nas Escolas e eu pago por isso, mas também pago as contas do clube à mais de 25 anos...

Joguei no ringue de cimento e também já joguei neste. A diferença não é neceesário explica-la, pois não?

Deveríamos estar contentes pelas condições que o clube proporciona aos atletas, aos associados e a quem nos visita.

O Clube não é de ningúem em especial, é de TODOS!Ricos, pobres, amarelos, castanhos, pretos ou brancos!TODOS!

Eu pessoalmente vejo estes Escalões como fonte de receitas para o Clube. É a minha visão da coisa...

As pessoas antes de dizerem certas coisas, deveriam passar uma mão na consciência e pensar que elas também fazem parte da equação, simultaneamente parte do problema e da solução....

Cumprimentos

João Gonçalves disse...

Boa Noite...

Em virtude de este assunto estar a ser explorado de uma forma que em nada dignifica a imagem deste clube e muito menos a função para o qual este blogue foi criado, venho por este meio informar que os comentários do mesmo se encontram temporariamente indisponiveis.

Se alguém necessitar de conversar comigo, o meu email está visivel no local prórpio.

Abraços

João Gonçalves - Responsavél pela criação e divulgação deste blogue.