quinta-feira, 7 de outubro de 2010

O que tens para me dizer?

Na minha ronda habitual pelos jornais diários deparei com este artigo que não poderia deixar de partilhar com todos quantos consultam este blog.

Quando se proporciona conversar com algum dos nossos filhos o primeiro aspecto a ter em conta é o de eliminar possíveis distracções, como a televisão, a rádio, o computador ou o jornal. Estar atentos significa que estamos a dar importância ao que a criança tem para nos dizer, sem ruído de fundo. Em seguida, é importante sabermos que a linguagem corporal e gestual representa um dos aspectos mais reveladores da atenção que estamos a dar a quem nos interpela. Uma mão a bater nervosamente na mesa ou olhares constantes para lá da janela ou para o televisor deitam tudo a perder. Devemos sentarmo-nos, ficar ao nível dos olhos da criança e de preferência tocar-lhe. 

É importante que a criança sinta que estamos ali para a ouvir, como quem vê o mundo pelos seus olhos. Que procuramos colocar-nos no lugar dela e esquecemos as nossas opiniões próprias nem que seja por um momento. Devemos ter o cuidado de não a interromper enquanto ela fala, mesmo que não estejamos de acordo com o que está a dizer (e isso é tão frequente...) pois teremos oportunidade para o fazer mais tarde. Somos primeiro ouvintes e devemos passar para a criança a mensagem que percebemos o que ela possa estar a sentir naquelas circunstâncias e que, no lugar dela, provavelmente estaríamos a sentir o mesmo. 

Saber ouvir é um dos aspectos mais importantes na relação que estabelecemos com os nossos filhos.

por Paulo Oom, Pediatra no Jornal i

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